
Consumo em 2025
Estratégias adequadas e novas modalidades de financiamento são aliadas do setor de eletros
Após 2024 ter trazido ótimos resultados ao segmento de eletros, 2025 pode parecer, em princípio, desafiador, mas não é. O importante, agora, é incentivar a geração de demanda e maximizar as oportunidades.
por Leda Cavalcanti
O Brasil está em um cenário de pleno emprego, e levar em conta esse fator é essencial para que a massa salarial se direcione para eletrônicos e bens duráveis. Estratégias adequadas e novas modalidades de financiamento são importantes, diz Mateus Rabelo, líder das categorias de eletrônicos e duráveis (T&D) na NIQ Brasil.
Quais categorias deverão se destacar em 2025?
MATEUS RABELO – É importante comentar que, para as categorias que tiveram crescimento elevado em 2024, a manutenção de uma base de tamanho similar em 2025 pode ser um cenário positivo. É possível que tablets, smartphones e wearables tenham um cenário de destaque.
São muitos os desafios para as categorias manterem o crescimento?
MR – Algumas cestas e categorias tiveram crescimento de duplo dígito na comparação de 2024 com 2023. Isso traz uma base grande para comparação. Dessa forma, é importante seguir gerando demanda e maximizando as oportunidades de substituição para categorias maduras, como as da linha branca. Por outro lado, para aquelas categorias cujo tamanho se encontra ainda em construção, um caminho possível é seguir crescendo através do contato e conversão com grupos em que a penetração tem oportunidades de melhoria.

Quais as perspectivas para o segmento de eletros em 2025?

MR – A entrada de novos fabricantes em mercados como os de linha branca, televisores e smartphones pode resultar na oferta de um sortimento competitivo, especialmente quando falamos de produtos de perfil premium acessível. Essa chegada poderá trazer uma resposta dos fabricantes já bem estabelecidos, fato que no fim do dia poderá gerar mais opções de compra aos consumidores.
“Modalidades recentes de financiamento, como os carnês digitais e o PIX parcelado, podem ser alternativas interessantes para garantir a conversão.”
A taxa de juros pode ser um empecilho para o aumento do consumo?
MR – A alta de juros pode representar um obstáculo. Porém é importante termos em mente que hoje estamos numa mínima histórica de taxa de desocupação (6,1% em novembro de 2024). Esse cenário de pleno emprego pode ser uma oportunidade, de forma que, se há tendência ao consumo, será crucial gerar demanda para que a massa salarial se direcione para eletrônicos e duráveis. Além disso, modalidades recentes de financiamento, como os carnês digitais e o PIX, parcelado podem ser alternativas interessantes para garantir a conversão.
CONSUMO DE ELETRÔNICOS E T&D em 2024
“Esse cenário de pleno emprego pode ser uma oportunidade, de forma que, se há tendência ao consumo, será crucial gerar demanda para que a massa salarial se direcione para eletrônicos e duráveis.”
Dados: da NIQ T&D/GfK
Período: 4ºT de 2023 até o 3ºT de 2024
As categorias de Eletrônicos & Duráveis (T&D) tiveram crescimento próximo a 9% na comparação de 2024 com 2023. A linha branca e os eletroportáteis foram os destaques.
Refrigeradores: expansão de 16% em volume na comparação 2024 versus 2023.
Máquinas de lavar: crescimento de 17% em volume. Os produtos trocados tinham idade média de 6,5 anos.
Televisores: expansão de vendas de 5%. Dos que compraram o aparelho, 23% o fizeram para ter uma TV adicional.
Cuidados Pessoais: barbeadores, depiladores, secadores, modeladores e aparadores de cabelo tiveram vendas 10% superiores. O destaque ficou com secadores e modeladores de cabelo.
Aspiradores de pó: expansão de 18% em volume, na comparação de 2024 com 2023, sendo que 33% dos consumidores disseram que essa foi sua primeira compra na categoria.
Smartphones: o mercado ficou com tamanho estável no período de 2024 x 2023. Dentre os compradores, 26% contaram que seu produto anterior tinha dois anos de uso, e 27% estavam com o aparelho há três anos.
Tablets: crescimento de 17% entre o 4T 2023 e o 3T 2024. Quase 50% dos consumidores informaram que foi a sua primeira compra na categoria.
Wearables: expansão de 37% no volume de vendas.
Fonte: Eletrolar News – Edição #165