Recuperação do mercado de eletroeletrônico é consistente em 2024
A recuperação do mercado de eletroeletrônicos, iniciadas no segundo semestre de 2023, parece que veio para ficar. De janeiro a maio deste ano as vendas subiram 11% ante o mesmo período de 2023, atingindo a marca de 776 mil unidades vendidas. O aumentou chegou a 6% em termos de faturamento, para R$ 69,5 bilhões. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela NielsenIQ GfK exclusivamente para a EletrolarShow 2024, que começou no dia 15 e vai até o dia 18 de julho no Transamerica Expo Center, em São Paulo.
“O cenário só confirma que a retomada iniciada em junho de 2023 é consistente e continua neste ano”, afirma o diretor de Sucesso do Cliente Tech & Durables da NielsenIQ GfK no Brasil, Ricardo Moura. A queda na taxa de juros e a melhoria no mercado de trabalho criaram um ambiente favorável para o consumo de bens duráveis, na opinião do diretor.
Algumas categorias tiveram desempenho surpreendente, como geladeiras, cujas vendas subiram 22% em unidades. Junto com o crescimento das vendas de ar-condicionado, impulsionado pela forte onda de calor de 2023, a linha branca foi uma das que mais puxou o faturamento do setor.
“Mas, na verdade, houve um crescimento transversal em todas as cinco categorias (linha branca, linha marrom, portáteis, IT e telecom)”, explica Moura.
Preferências dos Consumidores
A pesquisa ainda mostrou que 48% dos consumidores brasileiros consideram o preço como o fator mais importante na decisão de compra. Mas 36% estão dispostos a pagar mais, se o produto facilitar suas vidas. Cerca de 72%, no entanto, dizem que preferem esperar até que novas tecnologias sejam comprovadamente eficientes antes de adquirir produtos.
O crescimento das vendas se dá em várias regiões do País, mas no Nordeste o tíquete médio ainda é menor, como mostra o estudo.
Impacto do E-commerce
O impacto do e-commerce continua sendo significativo mesmo após a pandemia, com os marketplaces ganhando relevância e ocupando o parte do espaço das vendas físicas. “As vendas por marketplaces caiu no gosto dos brasileiros depois da pandemia, e continua crescendo porque eles têm os melhores preços e a rapidez da entrega, o que é importante para o consumidor”, diz Moura. Ele acrescenta, no entanto, que as lojas físicas estão voltando a ter importância em algumas categorias como linha branca e celulares, apesar da jornada de compra sempre começa no online. “É o que chamamos de jornada ‘phigital’. Porque atualmente 38% das pessoas só compram online, enquanto 30% só no físico e 32% vão em ambos os canais”, explica o executivo.
Segundo Moura, essas mudanças de cenário nas vendas depois da pandemia tornou o mercado de eletroeletrônicos mais complexo. “Por isso, é cada vez mais relevante se falar em estratégia de distribuição no varejo, como tem sido feito na Eletrolar”.
Tendência
Para o segundo semestre a tendência é que o crescimento não fique tão alto, por causa da base mais forte de comparação. “Em 2023, o primeiro semestre foi mais fraco, por isso o crescimento se mostrou mais forte, mas no segundo as vendas já estavam em alta e este ano não deve ser muito maior”, afirma Moura. Para ele, apesar das datas sazonais serem fortes no segundo semestre, com Black Friday e Natal, o comércio terá o desafio de manter a força que vem desde o ano passado.
Novo balizador
As vendas de televisores, que sempre deram a tônica no mercado de eletroeletrônicos, se mantém estável em 11 milhões há alguns anos. Porém, o mercado hoje tem um novo eleito do público, o celular. Apesar de o produto ter demanda, o preço não subiu, mantendo-se estável. Isso porque a procura não é tão acentuada como nos anos de pandemia. “Hoje temos uma composição de mix mais equilibrada, com alguns produtos puxando sua categoria. Isso acontece na linha branca, na marrom, tecnologia e telecomunicação. Em portáteis, mesmo com a força de itens como air fryer, o tíquete médio é menor.