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 Do rio à rua sem asfalto: como o varejo dribla os desafios logísticos do Brasil real
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Do rio à rua sem asfalto: como o varejo dribla os desafios logísticos do Brasil real

Cada entrega no Brasil é uma missão diferente. Em alguns lugares, o desafio é cruzar um rio. Em outros, é sobreviver à buraqueira. Há locais onde o problema é a distância entre cidades. E há bairros onde a entrega só rola se o motoboy conhecer a quebrada. Nesta reportagem, ouvimos líderes de sete grandes operações para entender como o varejo está fazendo mágica para entregar com eficiência e, principalmente, com inteligência.

por Igor Lopes

Se você está em São Paulo e compra uma air fryer no fim da tarde, talvez ela chegue antes do jantar. Agora, se o destino for uma cidade ribeirinha no Amazonas, pode esperar sentado — ou deitado na rede. A entrega talvez leve um mês.

Essa diferença escancara um fato: a logística no Brasil não é uma, são várias. Tudo depende de onde você está, da estrada (ou do rio), do que está sendo transportado e de quanto se pode pagar pelo frete.

Mas o varejo não tem escolha: precisa entregar. E rápido. É por isso que empresas como Gazin, Bemol, Armazém Paraíba, Amazon, Mercado Livre, Cushman & Wakefield e Transvias estão reformulando suas estratégias para lidar com o Brasil real — aquele que não aparece nos manuais de supply chain.

O Brasil das entregas é um continente

Marcelo Forma, presidente da Bemol

Começando pelo Norte, onde a Bemol atua em plena Amazônia Ocidental. Lá, quem manda é o rio. O modal mais usado é o fluvial, com contêineres sendo carregados em Manaus e navegando até as lojas e os clientes. “Algumas entregas ribeirinhas dependem totalmente do nível do rio. E, na estiagem, paga-se o dobro pelo frete por conta da chamada taxa seca”, explica Marcelo Forma, presidente da varejista. “Essa taxa visa compensar o uso de embarcações menores ou transbordos adicionais quando o nível do rio impede a navegação regular. Em alguns casos, essa sobretaxa pode elevar em até 100% o custo de um frete marítimo. Além disso, temos limitações no transporte reverso, o que encarece e dificulta a gestão de devoluções e produtos avariados.”

Do ponto de vista estrutural, Marcelo aponta que é essencial investir na melhoria da infraestrutura de transporte da região. A pavimentação e a manutenção das BR-319 e BR-174, por exemplo, são fundamentais para conectar Manaus ao restante do País de forma mais eficiente e reduzir a dependência da cabotagem.

Outra frente importante, que a Bemol apoia, é o incentivo a inovações logísticas adaptadas à realidade amazônica. Soluções tecnológicas desenvolvidas localmente por startups ou institutos de P&D podem ajudar a superar os desafios de geografia, clima e conectividade. “Melhorar a logística na Região Norte não é só uma questão de eficiência empresarial, mas uma agenda essencial para a inclusão econômica e social da população da Amazônia”, finaliza.

Marcos Utsunomiya, gerente de transportes da Gazin

No Mato Grosso, a Gazin vive outro tipo de drama: a distância. “Tem cidade que fica a mais de 600 km do centro de distribuição mais próximo. E, às vezes, não há nem estrada asfaltada para chegar”, relata Marcos Utsunomiya, gerente de transportes da marca. A saída: abrir novos centros de distribuição para que o produto fique mais próximo do cliente final. “O custo do CD acaba saindo mais em conta do que o transporte em si.”

Sem falar no tempo de entrega. Com a popularização do e-commerce entre os brasileiros, o consumidor quer a entrega cada vez mais rápida, mesmo fora dos grandes centros. “O cliente da minha região já quer também! Uma coisa é entregar celular, outra é entregar um guarda-roupa ou geladeira no mesmo prazo que você entrega o dispositivo pequeno. Esse é o desafio: cada vez mais, diminuir o lead-time parar o consumidor final. A maioria quer comprar. O do cantão do País ainda não é tão exigente, mas vai ser. Antes de um concorrente entrar, nós já temos que atender nessa velocidade. Por isso, a estratégia de termos cada vez mais centros de distribuição perto dos clientes”, explica.

Ricardo Alvares, gerente administrativo do Armazém Paraíba

No Nordeste, o Armazém Paraíba precisa de jogo de cintura para rodar por rotas estaduais e municipais precárias, abastecendo mais de 500 lojas espalhadas pelo interior de sete estados. São 400 caminhões da frota própria encarando buraco, falta de acostamento e pouca estrutura de apoio ao motorista. “Temos investido muito em sistemas e tecnologias como WMS e roteirizadores, em segurança como rastreadores, iscas e travas de baú e cabine, além de planejamento e controle dos processos. Também fazemos um acompanhamento rigoroso da jornada de trabalho dos nossos motoristas através de uma central de segurança orgânica, mediante rota previamente planejada. Capacitação e treinamento de equipes próprias são a chave do sucesso para nossa operação, não só pela carência da mão de obra, mas principalmente, pelas características de nosso negócio”, explica Ricardo Alvares, gerente administrativo do Armazém Paraíba.

Entregar na quebrada é mais difícil? A Amazon responde: depende com quem

Se a estrada é ruim no interior, na cidade grande a entrega tem outros desafios. Um deles é chegar à casa do cliente sem se perder no meio de uma comunidade. Foi pensando nisso que a Amazon firmou parceria com a Favela LLog, que atua em locais como Paraisópolis, em São Paulo.

“Agora o morador da favela pode comprar e receber como quem mora no asfalto”, explica Thales Athayde, CEO da Favela LLog. Além de garantir entregas, o projeto gera inclusão, empregos locais e movimenta a economia dessas comunidades.

Rafael Caldas, líder da Amazon Logística no Brasil

De acordo com a pesquisa “Economia das Favelas – Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras”, desenvolvida pelo Instituto Data Favela, os moradores das comunidades brasileiras movimentam cerca de R$ 124,1 bilhões por ano. Segundo Rafael Caldas, líder da Amazon Logística no Brasil, o reforço da rede de entregas nesses locais irá levar a logística dentro das comunidades a um outro patamar. “Estamos falando de um impacto positivo nessas regiões, colaborando com a criação de postos de trabalho e com a movimentação da economia como um todo. São mais oportunidades e, consequentemente, mais inclusão.”

Cresce o investimento para ficar cada vez mais perto do cliente

A descentralização dos estoques está mudando a geografia dos galpões logísticos no Brasil. O objetivo? Chegar mais rápido e com menor custo na última milha. Segundo levantamento da Cushman & Wakefield, o aluguel de galpões bateu recordes no segundo trimestre de 2025: foram 618 mil m² de galpões de alto padrão ocupados, um crescimento de mais de 300% em relação ao trimestre anterior.

Dennys Andrade, Cushman & Wakefield

O Estado de São Paulo concentrou 76% da absorção líquida nacional, com destaque para cidades como Cajamar (SP) e Itupeva (SP), que viraram polos logísticos. “A lógica mudou. Agora, com o boom do e-commerce, quem está mais perto do consumidor final sai na frente”, explica Dennys Andrade, da Cushman & Wakefield.

Dennys também aponta que, no médio prazo, pode haver boas oportunidades para varejos remodelarem seus mapeamentos de distribuição. “Com a pandemia, tivemos um boom do e-commerce. Com todo mundo comprando online, os e-commerces precisaram alugar tudo o que estava disponível, mesmo que não fosse o ideal, porque a demanda era muito maior que a capacidade de entrega. Mas, nos próximos três anos, com a realocação desses centros de distribuição, vamos ver uma atividade ainda maior nessa ocupação de galpões, o que pode representar aumento de custo em alguns casos, mas boas oportunidades de preço e distribuição geográfica em outros.”

Last mile virou o novo campo de batalha

Mas não basta estar perto. É preciso entregar bem. É aí que entra o last mile, o trecho final da entrega — onde tudo pode dar errado. O Mercado Livre entende bem esse desafio. Hoje, 50% das entregas da empresa são feitas no mesmo dia ou no dia seguinte, e 74% chegam em até 48 horas. Para isso, a companhia aposta em Service Centers, frota própria, inteligência artificial e até carros elétricos, que já estão presentes em algumas das principais cidades brasileiras.

Luiz Vergueiro, diretor sênior de logística do Mercado Livre

A Gazin, que atende cidades distantes no Norte e Centro-Oeste, usa as próprias lojas como ponto de last mile. “Quase 400 lojas nossas funcionam como mini CDs. O cliente pode retirar ou a loja entregar na cidade”, diz Marcos.

Mudança na expectativa do cliente: do “quero para ontem” ao “só quero que chegue inteiro”

Se em São Paulo o cliente desiste da compra caso a entrega demore mais de 24 horas, no interior do Maranhão ou nas margens do Rio Madeira, a urgência é outra. “A pessoa aceita esperar 30 dias, mas exige que o produto chegue inteiro. Esse é o valor principal: confiabilidade”, afirma Dennys Andrade, da Cushman & Wakefield.

Mas isso também está mudando. Com o acesso a smartphones, apps e pagamento via PIX, a régua da expectativa está subindo em todo o País. “O morador do interior, que antes só queria o produto inteiro, agora quer também que ele chegue rápido. E, daqui a pouco, vai querer no mesmo dia”, projeta Marcos, da Gazin.

Como diminuir o custo da entrega para a tríade: consumidor, empresa e planeta

O transporte rodoviário brasileiro, que responde por mais de 60% da matriz de movimentação de cargas no País, tem enfrentado crescentes pressões para alinhar suas práticas aos compromissos de sustentabilidade ambiental. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2023) mostram que o setor de transportes é responsável por quase metade das emissões de gases de efeito estufa do Brasil, tornando-se um dos principais focos das metas nacionais de descarbonização.

Segundo a Transvias, a idade média da frota no Brasil é de 12 anos e 2 meses. No caso dos autônomos, esse número sobe para 16 anos. Na prática, estamos falando de uma frota composta por caminhões mais antigos, que consomem mais combustível, poluem mais e demandam manutenção frequente. E o custo disso tudo, claro, vai parar no preço do produto.

No curto e médio prazo, a substituição total da frota movida a diesel por alternativas mais limpas é economicamente inviável para a maioria das empresas. No entanto, é possível promover avanços reais com ações de planejamento e tecnologia, como a roteirização inteligente, o uso de fretes fracionados mais eficientes, além de evitar viagens ociosas.

Célio Martins, gerente de novos negócios da TransVias

Um levantamento recente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que o uso de ferramentas de roteirização inteligente pode reduzir em até 20% o consumo médio de combustível por viagem. Isso representa uma queda significativa na emissão de CO₂ e poluentes atmosféricos, além de benefícios operacionais, como menor desgaste da frota, redução de avarias e pontualidade nas entregas. “A sustentabilidade começa na decisão do embarcador. Quando ele escolhe roteiros mais inteligentes ou compartilha o espaço de carga com outras empresas, reduz custo e emissão e melhora a performance da cadeia como um todo”, afirma Célio Martins, gerente de novos negócios da Transvias.

O Mercado Livre aposta em frotas baseadas em energia renovável para mudar este cenário. A empresa já conta com mais de 1.500 veículos elétricos em operação no Brasil. Eles produzem cerca de 50% a 85% menos emissões de CO₂ em relação aos veículos convencionais. O uso combinado de IA na roteirização, microcentros de distribuição e frota elétrica reduz significativamente o custo operacional das entregas urbanas. Estudos indicam até 50% de economia de frete em algumas regiões.

A entrega como fator de inclusão e diferencial competitivo

A logística virou o ponto central da experiência de compra. Quem entrega rápido, sem avaria e com custo acessível fideliza o cliente. Quem cometer um erro durante a jornada de compra perde.

E a importância desse ecossistema vai além: entregar bem no Brasil não é só estratégia comercial — é uma forma de inclusão econômica e social. O varejo movimenta economias locais, gera empregos e transforma a vida das pessoas.

Como diz Célio Martins, da Transvias: “capilarizar a entrega melhora até a vida do motorista, que faz rotas mais curtas e volta para casa no fim do dia. Com isso, todo mundo ganha”.

No país onde a logística depende do clima, do nível ou localização do rio, do tipo de estrada e da paciência do cliente, vencer essa corrida de obstáculos não é só uma questão de logística. É também uma questão de inteligência, tecnologia, empatia e, acima de tudo, vontade de fazer diferente.

Porque, no Brasil, quem entrega bem não entrega só um produto. Entrega um serviço, uma promessa e, em muitos casos, uma nova realidade.

Fonte: Eletrolar News Ed. 168

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