
ARTIGO – FECOMERCIOSP
A EVOLUÇÃO DOS CRIMES CIBERNÉTICOS E OS IMPACTOS SOBRE O VAREJO

Assessor da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP)
Dados apontam que o cibercrime atingiu US$ 8 trilhões em 2023 e pode chegar a US$ 10,5 trilhões até 2025, tornando-se a economia criminosa mais lucrativa do mundo. Em comparação, o tráfico de drogas movimenta entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão anuais, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, os crimes digitais já excedem roubos e furtos tradicionais. Em 2023, os estelionatos — muitos virtuais — cresceram 13,6%, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). A facilidade de execução, o alto lucro e a baixa punição tornaram o cibercrime a escolha preferida para grupos organizados.
O varejo é um dos setores mais impactados. Fraudes financeiras, invasões de sistemas e roubo de dados causam bilhões em prejuízos. Além das perdas diretas, ataques afetam a reputação das marcas e a confiança dos clientes. Vazamentos de dados podem gerar multas e queda nas vendas. Em 2023, o Brasil registrou 103,1 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, um aumento de 16% em comparação com o ano anterior.
A Lei 14.155/2021 endureceu penas para crimes virtuais, mas as ameaças evoluem rapidamente. Assim, as empresas devem investir em proteção digital e educar os consumidores sobre os riscos online. Para os pequenos negócios, a criação de uma linha de crédito especial para cibersegurança se mostra urgente. Além disso, uma entidade regulatória deve garantir segurança jurídica e lidar com os desafios emergentes. Somente com uma abordagem integrada entre governo, setor privado e sociedade será possível reduzir as sequelas do cibercrime e garantir um ambiente digital mais seguro.
Fonte: Eletrolar News #166