
Nova pesquisa com membros da International Housewares Association mostra impacto das tarifas no setor de produtos para casa e utensílios domésticos
Quase todos os respondentes estão tomando (ou pretendem tomar) medidas como cancelar remessas, mudar de fornecedores e reduzir forças de trabalho
Uma pesquisa recém-lançada pela International Houseware Association (IHA) revelou que quase todas as empresas do ramo vêm sofrendo com tarifas. O levantamento ouviu empresas que compõem a IHA, organização que promove a feira Inspired Home Show. No total, 87% delas disseram ter sido significativamente impactadas pelas tarifas internacionais, e 97% disseram ter sido afetadas em, algum grau.
“Embora a recente redução por 90 dias das tarifas de 145% sobre produtos chineses tenha sido um evento bem-vindo, essa pesquisa demonstra o contínuo e vultoso impacto das tarifas sobre as empresas de produtos para casa e utensílios domésticos – e, no final das contas, sobre os varejistas e consumidores”, disse o presidente e CEO da IHA, Derek Miller.
“Nossos membros nos contam que o cenário atual é extremamente desafiador e torna muito difícil que seus negócios tenham sucesso”, acrescentou Miller. A pesquisa, que ouviu 123 profissionais de empresas desse segmento, ainda trouxe os seguintes dados:
- 90% das empresas disseram já ter atrasado ou cancelado remessas de produtos;
- 72% disseram ter absorvido os aumentos nos custos;
- 62% disseram ter aumentado preços do varejo;
- 27% reduziram suas forças de trabalho;
- 47% mudaram sua fabricação para outros países estrangeiros;
- 8% mudaram sua fabricação para os Estados Unidos
Ainda segundo a pesquisa, 93% das empresas fabricam seus produtos na China. O país liderou entre os locais de produção, seguido por Índia (24%), Vietnã (20%), Taiwan (8%), Europa (7%), Indonésia (7%), Tailândia (5%) e México (3%).
Os respondentes alegam dificuldade para encontrar fornecedores que consigam competir em preço e qualidade com as fábricas chinesas. Também temem a incerteza em torno das tarifas e a rapidez de sua implementação, e o impacto econômico dessas medidas sobre seus funcionários e parceiros.
Tendência de crescimento
Numa pesquisa lançada anteriormente, a IHA notou que o mercado estadunidense de produtos para casa e utensílios domésticos vinha numa tendência de crescimento. Em 2024, o segmento movimentou 1,2% a mais em valor comparado ao ano anterior, e foi um dos poucos segmentos de bens de consumo que teve alta.
Joe Derochowski, vice-presidente da empresa de pesquisa de mercado Circana, citou alguns dos fatores que podem ter levado a esse aumento. Entre eles, uma mudança de comportamento que levou consumidores estadunidenses a comer mais em casa, e a receber mais amigos em casa. A necessidade de substituir produtos comprados na época da pandemia, mudanças em padrões climáticos e inovações interessantes foram outros fatores citados por Derochowski.
Com relação a canais de venda, a pesquisa mostra que 42% das vendas de produtos para casa e utensílios domésticos foram feitas em lojas físicas, e 58% das vendas foram feitas por meio de canais de e-commerce.
Fonte: International Housewares Association