O gerenciamento de resíduos eletroeletrônicos pelas transportadoras
Em levantamento realizado este ano pela Radar Pesquisas para Green Eletron, o Brasil encontra-se na 5ª posição entre os maiores produtores de lixo eletroeletrônico do mundo. Só em 2019, a indústria nacional gerou mais de 2 milhões de toneladas dessa classe de resíduos. Desse total, apenas 3% foram reciclados. Devido à emergência em alterar esse cenário, a Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) regulamentou, por meio do Decreto Federal nº 10.240/2020, as normas para a logística reversa dos eletroeletrônicos.
Os resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REE) são produtos que geram eletricidade, ou que são abastecidos por energia, despejados na natureza por não terem mais utilidade. Incluem-se nesse grupo de mercadorias as pilhas, baterias, celulares, torradeiras, geladeiras, máquinas de lavar, aspiradores de pó, computadores, televisões, entre outros.
A composição desses materiais é majoritariamente tecnológica. Logo após o reprocessamento, são extraídas matérias-primas, como platina, ouro, cobre, alumínio, nióbio, cobalto, silício e mais de 20 outros elementos que a indústria poderá reutilizar na fabricação de novos produtos. Acostumou-se chamar essa ideia de economia circular, ou “do berço ao berço”, que consiste na reutilização continua dos produtos tóxicos.
Dessa forma, o mercado substitui o tradicional modelo de “consumo linear”, em que a relação entre a indústria e o objeto termina na compra inicial, para um modelo voltado ao reaproveitamento e à criatividade ao pensar novas formas de transformar os resíduos em materiais úteis. Assim, por meio de um processo, resolve-se duas questões: a segurança e o desperdício.
Na visão da diretora administrativa da Zorzin Logística, Gislaine Zorzin, “antigamente, os debates sobre a conscientização ambiental eram vistos como algo à parte do desenvolvimento da economia. Hoje, percebo um aumento expressivo no interesse sobre esse tema nas empresas com as quais trabalhamos. É bom ver que há uma mudança nessa mentalidade, ainda mais com um tipo de mercadoria com tanto potencial para ajudar as empresas, mas que também é capaz de interferir para sempre na saúde dos homens e dos animais”.
A gestora enxerga um interesse por parte das transportadoras em incluir a logística reversa de eletroeletrônicos nos seus serviços, apenas do tempo e dos recursos necessários para implementá-la. Em casos de descumprimento das normas instituídas pelo decreto, as empresas serão multadas em valores que podem chegar a R$ 50 milhões. Dependendo do caso, existe a possibilidade de as licenças e autorizações das empresas serem suspensas.
Fonte: Zorzin Logística